Monday, November 23, 2015

The storm inside

Tenho tentado encontrar formas de aplacar a tempestade que existe dentro de mim, tudo para que a calmaria permaneça no meu semblante.

Ultimamente ela tem feito estragos... Vendavais de saudades, rajadas de sentimentos antigos, trovoadas de medo e incertezas e a água para lavar tudo isso não vem... A chuva torrencial que eu tanto espero insiste em se demorar.

Hoje decidi buscar recursos externos: livros, citações, músicas, qualquer coisa para distrair minha alma das mazelas as quais ela se apega tão facilmente.

Escrever,,, Como é difícil estar transbordando de palavras e mal conseguir organizá-las de forma inteligível para liberar espaço, esvaziar a alma.

Como alguém como eu ainda pode falar de alma? Não é só você que se pergunta isso... também me questiono muito: Existe ainda uma alma?

Por mais que eu não possa afirmar com absoluta certeza que sim, desconfio que essa tempestade não pode existir dentro de um corpo oco, vazio... Ela deve estar instalada em algum lugar aqui dentro que machuca e rasga e dilacera sem escrúpulos... Alguém sem alma não pode sentir tudo isso... certo?

A tempestade é o que incomoda. A vida eterna é o que incomoda. O não saber o que fazer com tudo isso, caminhando por um mundo escuro e sozinha é o que incomoda.

A eterrnidade é desesperadora. Você já sabe que nada mais faz sentido de ser vivido quando se encara a eternidade pela eternidade... Foi assim que eu descobri o porquê a Morte foi criada. Se não fosse por ela, a vida não teria sentido algum.

Você vive uma vida de desespero, desencantos, de aparências sabendo que tudo vai pelos ares com o seu último suspiro. Que com o fechar dos olhos tudo se acalma, inclusive a tempestade de dentro e do outro lado você vai ter o castigo eterno ou a felicidade que sempre sonhou... E tanto um como outro será um conforto para apagar a vida fútil que tiveste.

E quando essa vida não tem fim? Você continua caminhando pelo mundo, tentando entender o que você vive, tentando se encaixar numa quase vida cercada de perdas e escolhas. E a cada escolha, mais um raio, e a cada perda, mais perto o barulho do trovão... e só aumenta a tempestade.

Como viver pela eternidade para aplacar uma tempestade que não tem fim... ela diminui e aumenta, mas nunca chega ao fim...

E nem adianta ter a esperança da calmaria, do arco-íris no fim do dia... Para quem vive na eternidade tal palavra não existe.

Você vive em constante alerta, só esperando pelo momento em que não será mais possível escondê-la, quando a chuva chegar com toda força que vai transbordar pela alma fazendo o estrago também do lado de fora...

Não há o que fazer, apenas aguardar... Ela vai diminuir!

Júlia Fernandes - Brujah 10ª geração.


Sunday, July 12, 2015

Convite


Take my kiss and give me you soul.
Our forever starts tonight!

Thursday, May 14, 2015

Para dois amores


Sonhei com você... Sabe quanto tempo faz que eu já não pensava mais em ti? Pelo menos não com tanto carinho, com tanta saudade... Ñão que não existissem mais esses sentimentos, mas tudo tinha sido transferido a outra pessoa, um outro amor que também não posso ter... ou não pude.

É engraçada essa mistura de sentimentos. Vivemos, no sonho, o que vivi com o outro e senti na ausência do outro a sua ausência.

Lembro-me da sua imagem, seu semblante sério e aquela frase que me dá frio na espinha: "Precisamos conversar". E tudo voltou: o medo de te perder, de viver uma vida inteira sem ti, a certeza de te amar desde sempre e para sempre.

Mas de quem afinal estou falando mesmo? Os sentimentos por um na imagem do outro... Ambos? Ou, quem sabe, nenhum dos dois... O que importa? Nenhum está para mim nesta vida mesmo...

E a vida segue... eu, você, ele, cada qual no caminho que escolheu... na família adquirida, na esperança não esquecida, na felicidade vivida...

E a gente caminha. Você e ele tão certos das escolhas que fizeram e eu me perdendo nesses caminhos, considerando o que poderia ter sido diferente, sendo tentada e traída pelo meu próprio subconsciente que traz dois de uma só vez para me jogar sem misericórdia no calabouço da insanidade.

O que dizer? Tenho a eternidade para aprender a lidar com tudo isso. O "para sempre" nem sempre é uma bênção.

Júlia Fernandes, vampira Brujah de 10a geração

Friday, June 13, 2014

Forças da Natureza


Sou ventania que passa provocando o sacolejar das árvores e sussurra em seu ouvido palavras de um amor impossível. Que envolve seu corpo, fazendo arrepiar sua pele, que invade suas narinas te enchendo de vida.

Sou essa louca corrente de ar que varre o mundo com uma calma exemplar. Que traz a chuva para lavar a alma repleta de incertezas. Que grita nos trovões as promessas não cumpridas. Que cega os homens no raio que corta o céu.

Sou a tempestade que anuncia, a tormenta que passou por sua vida, deixando apenas a lembrança e uma lágrima de sangue.

Júlia Fernandes
junho/2014

Wednesday, February 26, 2014

Trevas

Um passo na noite,
Um suspiro,
Uma menção

Um coração
No escuro da lembrança
Na luz da lua

Na rua, 
na tua imagem
Espelho, miragem

Caminho incerto
Na certa viagem
Da alma em treva

Deixa na terra
Qualquer passo
Marca no espaço

O cansaço aparente
Que segue e esquece
A dor recorrente.

Júlia Fernandes 
fev/2014

Wednesday, November 6, 2013

Júlia por ela mesma


Caminho por uma noite escura,
Por uma estrada sem fim,
Uma vida sem fim,
Sem alma.

Busco a multidão para ter vida,
Para encher de vida esta carne maldita.

Seu sangue é a seiva que me alimenta,
Cora meu rosto,
Dá forças a meus braços,
Aquece meus lábios.

Perguntas então se sou a razão te levando à loucura
Ou a insensatez da ilusão que te acorrenta.

Sou um ser da noite,
Criatura das trevas
O tudo, o ápice
Ao desejo o momento propício,

Por outro lado,
Eu nem existo
Sou o nada, o abismo,
Um salto do precipício.

Sou a mais deplorável das criaturas
Que não merece nem a redenção do paraíso
Nem o castigo do fogo do inferno.

Tenho em minhas mãos
O sonho de toda humanidade
O tesouro da juventude
E a maldição da eternidade

(Tão sonhada por tantos,
Tão desprezível para mim.)

Na calada da noite,
Quando imaginas estar sozinho
Estou ao teu lado,
Amando seu perfume,
Sentindo a sua alma,
Desejando seu corpo efêmero,
Invejando seus cabelos brancos...

Assim sou eu,
Assim somos nós
Os piores predadores da raça humana.
O seu pior pesadelo.

Júlia Fernandez - mar/2005

Tuesday, October 22, 2013

A vida, que engraçada...

A vida é mesmo muito engraçada... Sinto-me no direito de falar dela, já que não participo mais dessa grande aventura...

É engraçado como os momentos em que nos sentimos bem, não precisam ser colocados no papel... Talvez por isso não escrevo há tanto tempo... Há tanto tempo que tinha a felicidade de mãos dadas comigo, como melhor amiga. Tudo bem que esse tempo, na verdade, não é nada perto da eternidade que me aguarda.

É engraçado que quando tudo vai bem, o que queremos é viver e que se exploda o resto... Prá quê palavras? No momento de felicidade elas estragam tudo...

Mas quando tudo dá uma reviravolta e, finalmente, o inevitável acontece, a felicidade te olha nos olhos, oferece um último momento de prazer e parte com um aceno. A nuvem encobre o sol que brilhava tão gostoso, tão quentinho, e o que sobra são as palavras...

Na verdade elas não são suficientes nessas horas também... Nem todas palavras do mundo estancam o sangramento de um coração. Resta deixar que as lágrimas enxaguem toda melancolia que o envolve.

E é assim que se faz: Primeiro, chora-se uma noite inteira... depois um pouco por noite... depois um pouquinho por uma lembrança, uma foto, uma saudade...

Até que se acostume com a ausência, com a saudade e com as lembranças... As lágrimas dão lugar, finalmente às palavras.

Não, elas nunca serão suficientes... servem apenas como alívio, o grito perdido no escuro da noite. O coração vai inchando até explodir e lançar todas pelo ar, onde se perdem, já que não importam a mais ninguém. Já que pertencem a única pessoa a quem elas jamais irão atingir...

Mas e daí, quem se importa? Se forem suficientes para amenizar as perdas desse jogo da vida, está bom.

O único problema é quando não se participa mais desse jogo... e é necessário fazer isso pela eternidade.

Júlia Fernandez